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O Catenaccio

O Catenaccio

Nesta rubrica iremos semanalmente abordar temas que nos inquietam, tentando entender as questões envolventes de cada problemática e ir em busca de uma solução viável, ou então simplesmente comentar algo surpreendente ou louvável.

No encontro entre Famalicão FC e Sporting CP, a contar para a nona jornada da Liga NOS, a partida estendeu-se para as cabines, mesmo após o apito final. O encontro terminou empatado a duas bolas, e teve direito a grandes golos, bom futebol, jogadas bem desenhadas, mas infelizmente não são esses aspetos que mais fazem correr tinta nos jornais. Lances duvidosos e decisões polémicas por parte da equipa de arbitragem liderada por Luís Godinho, “aqueceram” os ânimos e a confusão instalou-se.

Famalicão x Sporting.jpg

O ambiente envolto na partida já estava “pesado”, com ambas as formações a disputarem cada jogada como se se tratasse do derradeiro que decidiria o jogo, proporcionando um espetáculo “durinho”. Algo normal, que promove o futebol, elevando a competitividade e qualidade do encontro. O grande problema é a linha ténue que separa a disputa aguerrida da bola, até à violência na abordagem aos lances.

Os confrontos individuais acresceram, até se instalar a confusão total por várias vezes. Na ida para os balneários no final do primeiro tempo, a grande maioria dos jogadores em campo juntaram-se no terreno de jogo, não para dar palestras ou distribuir elogios, mas sim para se provocaram mutuamente. Inclusivamente, nesse momento até saíram alguns cartões do bolso do juiz da partida.

No final do encontro, depois de uma segunda parte muito envolta em polémica, com destaque para a expulsão de Pedro Gonçalves por acumulação de cartões amarelos, e mesmo no fim, um golo anulado a Coates, iniciou-se uma profunda “troca de galhardetes”, que se estendeu até ao túnel de acesso aos balneários.

Após o resfriar dos ânimos, o técnico do Famalicão comentou a situação sucedida, e disse algo completamente acertado, que deveria ser ouvido e respeitado por toda a gente envolvida no desporto nacional. João Pedro Sousa considerou “lamentável”, e exigiu “juízo” a jogadores, treinadores e dirigentes. Segundo o próprio, “se queremos vender um produto como o futebol, temos que vender às famílias, às televisões, ao estrangeiro. Não podemos fazer coisas como a que fizemos hoje.”

João Pedro Sousa.jpg

Este ambiente violento em que está envolto o futebol nacional em nada propicia a prática do fair-play, ou do que simplesmente interessa no futebol: o jogo praticado dentro das quatro linhas. Em Portugal, este é um mau hábito antigo, quase hereditário. Quando as coisas não correm bem a uma equipa, ou se de alguma forma são prejudicados, o caos instala-se. É verdade que o futebol apela às emoções, e por vezes é complicado controlá-las. Mas a violência ultrapassa todos os limites.

Neste caso, também é possível enquadrar a típica pressão à equipa de arbitragem. A tentativa de manipulação por parte de jogadores, treinadores ou dirigentes, é uma prática habitual no nosso país, desde os campeonatos distritais até à Primeira Liga. As ofensas, as atitudes agressivas e as ameaças, com o objetivo de intimidar, e de alguma forma reverter as decisões a favor da equipa que mais” barulho” faz, simplesmente envergonham e empobrecem o futebol.

 

Fontes das imagens: Sporting CP e Famalicão FC

Redigido por: Diogo Mimoso Ferreira

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